Rosemary Lins Wanderley de
Barros
08/03/2014
Educação Escolar de Pessoas com Surdez-
Atendimento Educacional
Especializado em Construção
As tendências linguísticas difundidas no meio educacional
visando prover a inclusão do surdo de forma a promover a sua interação e comunicação
com os membros de sua comunidade vão se alternando ao longo da história.
Para Damázio (2010) enquanto as discussões ficam
centradas na aceitação de uma língua ou de outra, as pessoas com surdez não têm
o seu potencial individual e coletivo desenvolvido, ficam relegadas a segundo
plano, descontextualizadas das relações sociais das quais fazem parte, por
conseguinte excluídas.
A pessoa com surdez não deve ser vista como deficiente,
ela tem perda sensorial auditiva, ou seja, possui surdez, o que a limita
biologicamente para essa função perceptiva. Mas, por outro lado, há toda uma
potencialidade do corpo biológico humano e da mente humana que canalizam e
integram os outros processos perceptuais, tornando essa
pessoa capaz, como ser de consciência, pensamento e linguagem.
O que elas precisam é de ambientes
educacionais estimuladores, que desafiem o pensamento e exercitem a capacidade
perceptivo-cognitiva. São pessoas que pensam, raciocinam e que precisam, como
as demais, de uma escola que explore suas capacidades, em todos os sentidos.
O Decreto 5.626/05 que regulamentou a Lei nº 10436/2002
da Língua Brasileira de Sinais, prevê a organização de turmas bilíngue,
constituídas por alunos com surdez e ouvintes onde as duas línguas: Libras e
Língua Portuguesa são utilizadas no mesmo espaço educacional.
A proposta educacional
bilíngue proporciona a pessoa com surdez o desenvolvimento tanto da língua
portuguesa escrita e oral quanto da linguagem de libras com ganhos significativos
de aprendizagem e comunicação, devendo as escolas organizar o serviço complementar
para atendimento educacional especializado.
Segundo
a Política Nacional de Educação Especial, na Perspectiva Inclusiva o
Atendimento Educacional Especializado - AEE, é um serviço da educação especial
que
[...] identifica, elabora e organiza recursos
pedagógicos e de acessibilidade que eliminem barreiras para a plena
participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas. Ele deve
ser articulado com a proposta da escola regular, embora suas atividades se
diferenciem das realizadas em salas de aula de ensino comum. (SEESP/MEC, 2008).mmmmmmmmmmm
O AEE nas SRM se caracteriza
por ser uma ação do sistema de ensino no sentido de acolher a diversidade ao
longo do processo educativo, constituindo-se num serviço disponibilizado pela escola
para oferecer o suporte necessário às necessidades educacionais especiais dos
alunos, favorecendo seu acesso ao conhecimento.
O AEE PS,
envolve três momentos
didático-pedagógicos, que são:
ü Atendimento
Educacional Especializado EM LIBRAS;
ü Atendimento
Educacional Especializado para o ensino DE LIBRAS;
ü Atendimento
Educacional Especializado para o ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA.
Visando
promover a participação ativa nas
aulas e o desenvolvimento do seu potencial cognitivo, afetivo, social e
linguístico, com os demais colegas da escola comum, oferecendo desta forma novas possibilidades a esses indivíduos.
Referências:
Coletânea UFC-MEC/2010: A Educação Especial
na Perspectiva da Inclusão Escolar. Fascículo
01: A Escola Comum Inclusiva.
Coletânea UFC-MEC/2010: A Educação Especial
na Perspectiva da Inclusão Escolar. Fascículo
05: Educação Escolar de Pessoas com Surdez - Atendimento Educacional
Especializado em Construção, p. 46-57.