sábado, 28 de junho de 2014

O Modelo dos Modelos - Relações com o AEE

Rosemary Lins Wanderley de Barros
Recife, 28/06/2014.




O Modelo dos Modelos - Relações com o AEE


Na construção de um sistema educacional inclusivo o Atendimento Educacional Especializado - AEE, é uma das inovações trazidas pela Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008).

No trabalho do AEE, é necessário que o professor não se prenda a “modelos” como o sr Palomar, no texto “ o modelo dos modelos” de Italo Calvino, pois o professor do AEE exerce um papel importante na construção do conhecimento do aluno e o trabalho a ser desenvolvido na Sala de Recursos Multifuncional- SRM deverá partir dos interesses, necessidades e dificuldades de aprendizagem específicos de cada  aluno, oferecendo subsídios pedagógicos, contribuindo para  aprendizagem dos conteúdos na classe comum e, utilizando-se ainda de metodologia e estratégias diferenciadas, objetivando a valorização do aluno.

Quando o sr Palomar “apagar da mente os modelos e os modelos dos modelos” ver o aluno como singular e a ação do professor na SRM deve centrar-se na atenção aos aspectos que podem potencializar o desenvolvimento e a aprendizagem do aluno com deficiência, objetivando também eliminar as barreiras que dificultam a aprendizagem desse aluno.

Assim o professor do AEE através das etapas do estudo de caso, será capaz de construir um perfil do aluno e elaborar um Plano de AEE de acordo com as especificidades do mesmo.  Para construí-lo o professor precisa ter clareza sobre a natureza do problema apresentado pelo estudante. Nele serão oferecidas propostas a serem desenvolvidas com o aluno, organização do atendimento, adequações de materiais a serem produzidos e adquiridos, o tempo estimado que passe na SRM, parceiros, como o professor da sala de aula, entre outros elementos. O Plano, portanto, deverá ser constantemente revisado e atualizado, buscando-se sempre o melhor para o aluno e considerando que cada um deve ser atendido em suas particularidadesvisando sua autonomia na escola e em outros espaços de sua vida social.

Referências:

CALVINO, Italo - Texto:  O Modelo  dos Modelo.

RAPOLI,E.;MANTOAN,M.T.;SANTOS,M.T.;MACHADO,R.; -A Educação Especial na Perspectiva da Educação Escolar- A Escola  Comum Inclusiva- ME/SEE/UFC- Brasília.2010


sexta-feira, 30 de maio de 2014

Trabalhar relação número/quantidade utilizando o TEACCH



Segundo Bez (2014) o Transtorno do Espectro Autista (TEA) pode ser percebido desde a primeira infância e esse distúrbio possui dois domínios: sociais/déficits de comunicação, interesses fixados e comportamento repetitivos.

Pensando em facilitar e melhorar o apoio pedagógico e a interação da criança com autismo o “MÉTODO TEACCH” proporciona atividades simples que podem ser criadas com material diversos, adaptando conforme a necessidade de cada educando, provocando assim inúmeros benefícios nas áreas de linguagem, comportamento, comunicação e habilidades escolares.

A atividade proposta é trabalhar relação número/quantidade de 1 a 5 com crianças com TEA de quatro anos em SRM, utilizando o Teacch. Primeiramente mostrar o numeral e falar o nome dele, depois contar utilizando a figura e também as mãos, e por último solicitar ao aluno que preenchas os espaços utilizando matérias concretos disponíveis (pegadores, números de papel plastificados e tampinhas de garrafas pet) relacionando número à quantidade.

Conforme as figuras abaixo:




Cabe ao professor do AEE utilizar métodos visuais concretos para ensinar conceitos numéricos, explorar a atividade conforme o nível do aluno. Se o mesmo ainda não conhece os números, entregue cada número na mão dele ajudando a colocar no local indicado e falando o nome, relacionando assim, o número com a quantidade. A ideia é que as crianças consigam aprender de um modo divertido, pois os jogos constituem um recurso privilegiado para a aprendizagem e, quando bem utilizados, ampliam possibilidades de compreensão através de experiências significativas, e utilizar material concreto e lúdico facilita na aprendizagem do aluno com autismo.


Referências:


BEZ. Maria Rosangela. Linguagem e Comunicação. In: Curso de Atendimento Educacional Especializado. Disciplina: AEE E TGD. 2014.

___________________ Comunicação Alternativa e TEA. In: Curso de Atendimento Educacional Especializado. Disciplina: AEE E TGD. 2014.

____________________ Recursos Tecnológicos de Apoio para
TEA.  Curso de AEE - UFC. Disciplina: AEE E TGD. 2014.

BOSA, C. A.  Autismo: atuais interpretações para antigas observações. In: Claudio Baptista; Cleonice Bosa. (Org.). Autismo e educação: atuais desafios. Porto Alegre: Artes Médicas, 2002.Descrição: suco detox

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Diferenciando SURDOCEGUEIRA de DMU


Surdocegueira é uma deficiência singular, é considerado surdocego a pessoa que apresenta duas limitações ao mesmo tempo, ou seja, perda da visão e da audição, independente do grau das perdas auditiva e visual. A surdocegueira pode ser congênita ou adquirida e não é deficiência múltipla. Segundo Bosco, Mesquita e Maia (2010), as pessoas surdocegas estão divididas em quatro categorias: pessoas que eram cegas e se tornaram surdas; que eram surdos e se tornaram cegos; pessoas que se tornaram surdocegos; pessoas que nasceram surdocegos, ou se tornaram surdocegos antes de terem aprendido alguma linguagem. 
Já a DMU está direcionada a duas ou mais deficiência em uma mesma pessoa. De acordo com Bosco, Mesquita e Maia (2010), as pessoas com deficiência múltipla apresentam características específicas e peculiares, com necessidades únicas.  Não apresentam necessariamente os mesmos tipos de deficiência, podem apresentar cegueira e deficiência mental; deficiência auditiva e deficiência mental; deficiência auditiva e autismo, entre outros.
As principais necessidades dos surdocegos e das pessoas com DMU se concentram em disponibilizar mecanismos e recursos em busca de favorecer a evolução do aluno, bem como a comunicação e o desenvolvimento do esquema corporal, para ter acesso à vida social e escolar, e ter como objetivo favorecer a interação da pessoa com deficiência ao meio em que ela vive.
Estratégias são importantes para ajudar pessoas surdocegos e DMU a aquisição da comunicação, entre elas esta a utilização de símbolos tangíveis, que segundo Rowland e Schweigert (2005), são objetos e figuras que representa algo que queremos transmitir, como o uso de fotos, objetos concretos, desenhos, contornos, entre outros. É preciso desenvolver também atividades de maneira multisensorial para garantir o aproveitamento de todos os sentidos e que sejam atividades que proporcionem uma aprendizagem significativa a fim de se tornar o mais autônoma possível.
Outra estratégia importante para ajudar o surdocego e a técnica da  “mão sob mão”, onde é colocado a mão sob a mão da pessoa com surdocegueira e assim orienta o seu movimento sem a controlar, permitindo desta forma que explore o ambiente, o seu corpo ou o corpo do seu orientador.  
A pessoa com deficiência múltipla necessita de um ambiente reativo, isto é, que responda a suas iniciativas. Seu tempo de resposta deve ser respeitado e a habilidades de fazer escolhas deve estar dentro de suas atividades programadas, é fundamental a colaboração da família bem como dos profissionais de outros serviços no qual todas as pessoas partilhem dos mesmos objetivos.


Referencias:

BOSCO, Ismênia C. M. G.; MESQUITA, Sandra R. S. H.; MAIA, Shirley R. Coletânea UFC-MEC/2010: A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar - Fascículo 05: Surdocegueira e Deficiência Múltipla (2010).

ROWLAND, Charity; SCHWEIGERT, Philip. Solucões Tangíveis para Indivíduos Com Deficiência Múltipla e ou com Surdocegueira (2005).





sábado, 8 de março de 2014

Educação Escolar de Pessoas com Surdez

Rosemary Lins Wanderley de Barros         
 08/03/2014


Educação Escolar de Pessoas com Surdez- Atendimento Educacional
 Especializado em Construção


As tendências linguísticas difundidas no meio educacional visando prover a inclusão do surdo de forma a promover a sua interação e comunicação com os membros de sua comunidade vão se alternando ao longo da história.
Para Damázio (2010) enquanto as discussões ficam centradas na aceitação de uma língua ou de outra, as pessoas com surdez não têm o seu potencial individual e coletivo desenvolvido, ficam relegadas a segundo plano, descontextualizadas das relações sociais das quais fazem parte, por conseguinte excluídas.
A pessoa com surdez não deve ser vista como deficiente, ela tem perda sensorial auditiva, ou seja, possui surdez, o que a limita biologicamente para essa função perceptiva. Mas, por outro lado, há toda uma potencialidade do corpo biológico humano e da mente humana que canalizam e integram os outros processos perceptuais, tornando essa pessoa capaz, como ser de consciência, pensamento e linguagem.
O que elas precisam é de ambientes educacionais estimuladores, que desafiem o pensamento e exercitem a capacidade perceptivo-cognitiva. São pessoas que pensam, raciocinam e que precisam, como as demais, de uma escola que explore suas capacidades, em todos os sentidos.
O Decreto 5.626/05 que regulamentou a Lei nº 10436/2002 da Língua Brasileira de Sinais, prevê a organização de turmas bilíngue, constituídas por alunos com surdez e ouvintes onde as duas línguas: Libras e Língua Portuguesa são utilizadas no mesmo espaço educacional.
A proposta educacional bilíngue proporciona a pessoa com surdez o desenvolvimento tanto da língua portuguesa escrita e oral quanto da linguagem de libras com ganhos significativos de aprendizagem e comunicação, devendo as escolas organizar o serviço complementar para atendimento educacional especializado.
 Segundo a Política Nacional de Educação Especial, na Perspectiva Inclusiva o Atendimento Educacional Especializado - AEE, é um serviço da educação especial que
[...] identifica, elabora e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas. Ele deve ser articulado com a proposta da escola regular, embora suas atividades se diferenciem das realizadas em salas de aula de ensino comum. (SEESP/MEC, 2008).mmmmmmmmmmm

O AEE nas SRM se caracteriza por ser uma ação do sistema de ensino no sentido de acolher a diversidade ao longo do processo educativo, constituindo-se num serviço disponibilizado pela escola para oferecer o suporte necessário às necessidades educacionais especiais dos alunos, favorecendo seu acesso ao conhecimento.
 O AEE PS, envolve  três momentos didático-pedagógicos, que são:
ü  Atendimento Educacional Especializado EM LIBRAS;
ü  Atendimento Educacional Especializado para o ensino DE LIBRAS;
ü  Atendimento Educacional Especializado para o ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA.
Visando promover a participação ativa nas aulas e o desenvolvimento do seu potencial cognitivo, afetivo, social e linguístico, com os demais colegas da escola comum, oferecendo desta forma novas possibilidades a esses indivíduos.

Referências:
Coletânea UFC-MEC/2010: A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar. Fascículo 01: A Escola Comum Inclusiva.

Coletânea UFC-MEC/2010: A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar. Fascículo 05: Educação Escolar de Pessoas com Surdez - Atendimento Educacional Especializado em Construção, p. 46-57.